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sábado, 4 de janeiro de 2014

Aves planadoras














Aves planadoras são aves que utilizam essencialmente o voo planado para se deslocarem. Sob esta definição incluem-se os grous, as cegonhas e as aves de rapina diurnas.
O aproveitamento das correntes térmicas (correntes de ar aquecido pela energia solar que sobem graças a diminuição da densidade) permite a estas aves percorrer grandes distâncias com um dispêndio mínimo de energia, mas implica que as migrações ocorram durante o dia. Sobre as grandes massas líquidas a intensidade das correntes térmicas é bastante menor, daí que estas aves evitem fazer grandes deslocações sobre as águas. A dependência das correntes térmicas varia de espécie para espécie e está relacionada com a superfície alar.
As aves que invernam em África têm de atravessar a barreira natural constituída pelo Mar Mediterrâneo. Para as espécies que não dependem das correntes térmicas a migração é, de forma geral, efectuada segundo uma frente ampla e a travessia pode ser feita praticamente a partir de qualquer ponto da costa. São os casos, por exemplo, da Águia-pesqueira (Pandion haliaetus) ou dos tartaranhões Circus sp.. Para as espécies que dependem das correntes térmicas, as poucas centenas de quilómetros que separam a Europa de África podem constituir uma barreira quase intransponível. Assim, estas espécies tendem a concentrar-se em locais estratégicos onde a distância entre os dois continentes é menor. Os dois locais mais importantes são o estreito de Gibraltar, em Espanha, e o estreito do Bósforo, na Turquia. A importância de Sagres começou a ser reconhecida com os primeiros estudos na zona sobre a migração que decorreram na década de 50. Só depois na década de 90 é que os resultados obtidos em vários estudos provaram sem qualquer dúvida que esta região era e é um importante local de passagem para as aves planadoras.
Estas aves têm como preferência habitats em mosaico, bosques, matagais, culturas de sequeiro, terrenos lavrados, pastagens, áreas florestais como as florestas de sobreiro Quercus suber. Utilizam árvores de grande porte, encostas ou penhascos como poiso para refúgio. Existem também espécies associadas a aguas pouco profundas. Outras espécies ainda podem frequentar aterros sanitários, portos, etc.
As aves migradoras estão abrangidas pela protecção legal da convenção de e Berna e pela de Bona e ainda pela Directiva de Aves, mas apesar disso estão ameaçadas por inúmeras situações entre as quais a destruição e degradação dos habitats, a utilização de químicos mortais na agricultura, a redução da disponibilidade de alimentos, a instalação de parques eólicos (incluindo a construção destes), a colisão e electrocussão em linhas aéreas de distribuição e transporte de energia eléctrica, a contaminação das águas, a perturbação humana e o abate ilegal.
Protecção legal.
Estas especies estão sob a protecção legal das transposições da Directiva Aves, da Convenção de Berna e da Convenção de Bona.
Aves migradoras marinhas.



Espécime de Alca torda
Aves marinhas são aves que permanecem a maioria, ou a totalidade do tempo nos oceanos, ilhas ou falésias rochosas.
As aves que vivem apenas nos oceanos são chamadas espécies pelágicas.
A maioria das espécies marinhas migradoras inverna na costa portuguesa e migram para o norte europeu onde nidificam. As outras espécies nidificam apenas no mediterrâneo, e invernam: na costa ibérica, mediterrânica e norte africana. Outras espécies nidificam em zonas transequatoriais e invernam no hemisfério norte.
Existe pouca informação sobre a distribuição na costa portuguesa das espécies de aves marinhas migradoras. Considera-se que algumas espécies podem ser migradoras de passagem e outras, como Alca torda, Puffinus mauretanicus, Morus bassanus, Rissa trydactyla, Larus audouinii, Larus melanocephalus, Larus minutus, Cataracta skua e alguns Hydrobatidae, são espécies que existem em grande concentração durante o verão ou são espécies que são observadas durante um período considerável durante o inverno. Não é conhecida a abundância destas espécies ao longo da costa continental portuguesa.
A maioria destas espécies migradoras, mesmo as pelágicas, pode ser encontrada junto a costa. Geralmente nidificam em ilhas e ilhéus isolados, falésias rochosas, cavidades no solo ou em rochas. As espécies pelágicas tendem a ter como áreas de alimentação zonas marinhas pouco conhecidas. O resto das espécies tende a utilizar zonas costeiras, assim como junto de barcos de pesca. As dietas são geralmente constituída por peixes, cefalópodes e crustáceos.
Protecção legal.
Estas espécies estão sob a protecção legal das transposições da Directiva Aves e da Convenção de Berna.
Passeriformes migradores.

Os passeriformes são de modo geral aves de pequeno a médio porte terrestres embora possam viver próximo de água. Grupo que inclui a maior diversidade aves e ocupa uma maior diversidade de habitats, este grupo é mais representado no hemisfério norte. Regimes alimentares normalmente insectívoros, frugivoros, granívoros e raramente omnívoros.
Estas aves distribuem-se genericamente por toda a região paleártica. Invernam na sua maioria em Africa e no sul da Europa, sobretudo na península ibérica. Em Portugal ocorrem quer no litoral quer no interior do país.
Estas espécies frequentam uma grande variedade de habitats, como montados abertos, matos esparsos com árvores, dunas arborizadas, olivais e mesmo mosaicos de zonas agrícolas e bosques, e ainda existe um grande número de espécies que prefere zonas húmidas.
Protecção legal
Estas especies estão sob a protecção legal das transposições da Directiva Aves, da Convenção de Berna, da Convenção de Bona e da Convençao de Washington (CITES).
Ameaças das Aves Migradoras.

A intensificação da agricultura através de monoculturas cerealíferas em detrimento de outros usos.
O fogo intenso, pode ter efeitos devastadores sobre as espécies de vertebrados e invertebrados.
O aumento da utilização de agro-químicos.
O sobre-pastoreio afecta a composição e estrutura da vegetação, reduzindo quer a disponibilidade alimentar quer a protecção para nidificar.
A drenagem e destruição de zonas húmidas e caniçais para aproveitamento agrícola e pecuário.
A destruição das galerias ripícolas por limpeza desordenada das margens dos ribeiros.
A colisão com linhas aéreas de transporte de energia é um importante factor de mortalidade quando aquelas estruturas são colocadas perto das áreas utilizadas pelas espécies ou nas suas rotas de migração;
A instalação de parques eólicos em corredores importantes para a migração e dispersão de aves pode constituir um importante factor de mortalidade destas espécies através da colisão nas pás dos aerogeradores. A instalação de parques eólicos é igualmente considerada como uma ameaça importante devido à perturbação provocada quer durante a fase de construção.
A poluição marinha (hidrocarbonetos, pequenos plásticos). Nas espécies que passam a maior parte do tempo no mar, o crescente aumento da poluição marinha por hidrocarbonetos e o aparecimento de pequenos plásticos despejados pelas embarcações são factores de ameaça a considerar.
A contaminação das águas com efluentes urbanos, industriais e agrícolas.
O desconhecimento das ameaças a que as espécies estão sujeitas.
O afogamento acidental em artes de pesca (nomeadamente redes de emalhar e espinheis) pode ser grave em algumas zonas onde as espécies ocorrem e a densidade de redes no mar é elevada;
A destruição de áreas florestais autóctones maduras, através da elevada frequência de fogos florestais, ou a sua substituição por espécies de rápido crescimento como o eucalipto, resulta na perda de habitat disponível.
A perturbação humana provocada por algumas actividades agro-silvicolas, cinegéticas, turismo e lazer, entre outras, que afectam os locais de alimentação e descanso das espécies.
O abate ilegal ocorre sobretudo por caçadores furtivos, durante a época de caça;
O envenenamento de iscos e carcaças para controlo ilegal de predadores.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Migra%C3%A7%C3%A3o_de_aves#Aves_migradoras_planadoras


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