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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Taxidermia

Taxidermia, sua história através dos tempos


Taxidermia: pinguim de magalhães






Taxidermia: coruja de orelha


Taxidermia, sua história através dos tempos






O termo
taxidermia origina-se de duas palavras gregas (taxi = arranjo) e (derme = pele) podemos assim considera-la como um conjunto de técnicas utilizadas em tecidos cutâneos com a finalidade de conservá-los.
Não é possível afirmar com precisão há quanto tempo surgiram essas técnicas de conservação, mas as peças taxidermizadas mais antigas que temos notícias são as múmias de Chinchorro com cerca de 7.000 anos.

Os taxidermistas do Atacama
Os Chinchorros ocuparam o deserto de Atacama, no Norte do Chile e o Sul do Peru, viviam de recursos naturais, sobretudo da pesca, (Chinchorro, palavra de origem espanhola, era uma rede de pesca em forma de bolsa muito utilizada por eles, daí a origem do nome desse povo). As técnicas de mumificação por eles utilizadas se resumem na retirada não somente dos órgãos, mas também todos os tecidos moles dos indivíduos sendo a pele costurada posteriormente no esqueleto, que era reestruturado com pedaços de madeira, e todas as cavidades preenchidas com ervas, cinzas e pelos de animais. Após os preparos, o corpo era embalado em folhas de junco e uma máscara de argila enfeitada com cabelos naturais era colocada sobre o crânio formando uma “embalagem” praticamente indissociável com o corpo.
Durante escavações na cidade de Arica (Chile) foram encontradas múmias não somente de adultos, mas também de crianças e até de fetos. Segundo os pesquisadores, ainda não é possível determinar com clareza, o porquê desses indivíduos utilizarem essas técnicas de taxidermia com seus entes, mas supõem que seja um ritual de passagem da vida para a morte.

As múmias egípcias
As técnicas de mumificação dos egípcios eram muito mais sofisticadas. Todos os órgãos eram retirados do corpo, preparados e acondicionados nos canopos, (vasos de barro, madeira ou pedra com tampas em formatos de humanos ou animais de acordo com o órgão a ser recebido). O coração era o único órgão recolocado no corpo (por ser essencial para outra vida). Para facilitar a remoção do cérebro, injetava-se vinho de tâmara e ácidos pelas narinas, sendo depois de dissolvido, retirado pelos mesmos orifícios com auxílio de instrumentos curvos. Em seguida o corpo era depositado em um recipiente com natrão (uma mistura de cloreto, sulfato, bicarbonato e carbonato de sódio) por 70 dias. Após esse período, eram injetadas resinas, perfumes e serragem no corpo deixando-o com a forma original e o abdômen era então costurado. Já preparado, o corpo recebia uma grande quantidade de faixas de linho ou algodão com goma arábica deixando as múmias com as características normalmente apresentadas em filmes de terror e desenhos animados. Pela sofisticação da técnica e pelo alto custo no preparo, a mumificação era realizada apenas nos faraós seus parentes e sacerdotes.

Grandes navegações, descobrimentos e a taxidermia
Entre os séculos XV e XVI, iniciou-se a chamada Expansão Marítima dos países europeus que, ao se utilizarem de novas rotas para comprar e vender especiarias, seda e outros produtos provenientes das Índias avistaram novas terras (ou os países do novo mundo – As Américas). Ao observarem as riquezas naturais dos países por eles “descobertos e colonizados” iniciaram a extração desses recursos, tanto da flora como da fauna. Um bom exemplo, e talvez o mais comum, é a coleta de exemplares de Caesalpinia echinata (pau-brasil) a fim de utilizarem sua madeira e uma substância vermelha dela retirada chamada de brasilina que fora muito empregada no tingimento de tecidos. Podemos afirmar que até 1530 a extração dessa espécie de árvore era praticamente a única fonte de renda da Coroa portuguesa obtida nas terras da colônia brasileira. Diante desse cenário também era muito comum a obtenção de exemplares da fauna a fim de mostrar ao povo europeu as diferentes cores e formas desses animais, sendo em muitos casos apresentados como verdadeiros “troféus” que, para conquistá-los, fora necessário desbravar florestas povoadas por animais perigosos e rios infestados de mosquitos...
Durante as longas viagens de navios em condições muitas vezes precárias, poucos animais sobreviviam até chegarem ao seu destino final, sem contar que os sobreviventes tinham ainda que se adaptarem aos rigorosos invernos dos países europeus.
Inicialmente apresentada como uma técnica artesanal a fim de apenas presentear membros da realeza com aves de colorações exuberantes por mero luxo, a taxidermia ressurge a partir do século VXI como uma importante aliada no conhecimento e estudo das espécies de animais dos trópicos.
A medida em que o número de viagens para as colônias aumentavam, a obtenção de materiais biológicos como fósseis, animais, conchas, esqueletos, vegetais, sementes e até materiais minerais como rochas e diferentes tipos de solo eram mais frequentes. Não somente pela necessidade de organizar e expor esse material, mas também por uma questão de status (quanto maior sua coleção, maior o seu prestígio), sugiram os Gabinetes de Curiosidades ou Quarts de Maravilhas. Em resumo, os Quarts nada mais eram do que um espaço (quarto) com grande quantidade de animais taxidermizados procedentes de novas expedições, muitos conservados em sal. Além dos materiais biológicos, era comum fazerem parte da coleção instrumentos e ferramentas tecnicamente avançadas e até obras de arte como quadros e pinturas.
Mesmo apresentando esqueletos e carcaças de “monstros”, animais míticos e engenhocas sem grande utilidade, podemos afirmar que os Quarts, extintos no final do século XIX, foram os antecessores dos museus de artes e história natural.


Shuaras, os encolhedores de cabeça
Outro povo que se utiliza de técnicas de taxidermia são os Shauas, tribo de índios que vivem na floresta amazônica, ótimos guerreiros (resistiram as invasões dos Incas e espanhóis), conservavam os crânios de seus inimigos e prisioneiros, sendo os mesmos utilizados como amuletos ou troféus de guerra.
A conservação ou encolhimento de cabeças de entes queridos também ocorria, sendo utilizados como símbolos de proteção para tribo ou uma família.
Para realização do “encolhimento” de cabeças, a cabeça, retirada juntamente com um pedaço do tronco do indivíduo, tinha sua pele retirada do crânio e pedaço do tronco através de um corte feito na parte posterior da cabeça. Após a limpeza e retirada de gordura a pele era imersa em água fervente juntamente com tanino (uma substância adstringente que até hoje é utilizada no curtimento de couro destinado à confecções de jaquetas e indústria de calçados), essa substância é retirada de uma árvore de madeira muito dura, cujo nome popular é quebracho, pertencente a família ANACARDIACEAE.
Ao ser iniciado o processo de secagem, introduziam-se pedras quentes na “bolsa” formada pela pele curtida sendo a boca, nariz e orelhas costurados com fibras de folhas de palmeira a fim de não haver deformações. Terminado o processo de encolhimento, que dura seis dias, os Shuaras realizavam uma festa ritual denominada Tzantza.

Atualmente as técnicas de taxidermia são utilizadas principalmente para fins didáticos e científicos... mas isso fica para um próximo post.
Até mais

Fontes de consulta:

Wikipédia
H. LORENZI. Árvores Brasileiras vol.1 Ed. Plantarum. 1992
CALVINO, M. Estudo macro e microscópico de madeiras conhecidas por pau-brasil. IPT 1960
http://www.corvobranco.tripod.com As múmias dos chinchorros
http://www.uta.cl Site da Universidade Tarapacá de Arica


http://taxidermialettmann.blogspot.com/Taxidermia: pinguim de magalhães

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