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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Documentário

O documentário mostra a trajetória científica e educativa do ornitólogo, com ênfase na preservação da fauna e flora do Cerrado.

José Hidasi desenvolveu e aperfeiçoou um método singular de taxidermia (taxis: ordenamento/dar forma; derme: pele), a arte de empalhar animais. Enquanto a técnica tradicional moldava seguindo rigorosamente o formato do corpo do animal, a sua dá margem a diversos formatos. Tomando como exemplo uma ave, ele explica que utiliza basicamente três arames. Os dois primeiros são entrelaçados e das quatro extremidades resultantes formam-se as asas e pernas. O terceiro arame liga o pescoço à cauda. No centro dos arames entrelaçados o corpo é preenchido com estopa de madeira, fibra de coco, musgo ou material semelhante e envolvido com papel de jornal e depois papel higiênico. Por último, amarra-se com linha fina bem resistente. A flexibilidade do arame permite que todas as partes fiquem bem sustentadas, possibilitando diferentes formas e posições. No método tradicional, diz o professor, tudo é muito frágil, já que os arames não estão interligados, mas acrescentados ao corpo pré-moldado.
Empalhar, para Hidasi, é um ato de conservação. “A taxidermia é indispensável para a cultura. Se não coletamos, nunca saberemos ao certo como era”. José Fernando Pacheco defende a concepção do experiente ornitólogo: “Conservar um animal (seja empalhado, em líquido, retirando-se material genético) é útil para a ciência, para a preservação. O conhecimento depende de dados acumulados ao longo do tempo. Sem coleta e registro dos animais não se teria informações para ações de conservação”,


Dos animais empalhados do Museu Ornitológico de Goiânia, Hidasi cita muitos em vias de extinção ou talvez já extintos. Saci-faisão (“Só vi dois e ouvi um em toda a minha vida”), anambé preto (pássaro boi), galo da serra, beija-flor “brilho de fogo”, azulona (Tinamus tao), arara azul (Anodorhinchus hyacinhimus), pato corredor (Neochen jubata), urubu-rei (Sarcoramphus papa), águia cinzenta (Harpyaliaetus coronatus), gavião de penacho (Spizastur ornatus), sanã (Neocrex erythrops), murucututu (Bubo virginianus), coruja preta (Ciccaba huhula) e o urutau grande (Nyctibius grandis), entre outros.

Para o ornitólogo, a defesa ecológica que se vê hoje em dia “é só para inglês ver”. Quase sempre um discurso vazio e sem ação prática. “O panorama vem mudando devagar, mas infelizmente, até que mude, não teremos mais nada o que defender. Estão acabando com a água, com as matas, com tudo. Eles não têm noção de que a água vem daquelas matas que estão sendo destruídas. Cada metro cúbico, depois de uma chuva, armazena quatro litros de água. Quantos metros cúbicos temos numa mata? Milhões e milhões… Isso vai devagarinho pingando, evaporando e dando vida ao subsolo. O que sobra, forma um corregozinho cristalino. Aí vem um brutamontes, derruba tudo e deixa tudo em erosão...”,


O desconsolo do ambientalista Hidasi diante da destruição que testemunha ano após ano reforça sua convicção de taxidermista. “Não posso ver esses grandes animais — grandes não em tamanho, mas em valor — apodrecerem e estragarem. Por que eu ganho tantos? Porque estão atropelando, acabando. As matas estão sendo derrubadas. Eles não têm onde viver…”. Em última instância, ele acredita que conservar é fazer a ciência superar a morte. Um ideal que está expresso em seu último desejo. “Fico feliz em morrer sabendo que vou ser empalhado e fazer parte deste Museu”.


FONTES

http://www.oeco.com.br/reportagens/37-reportagens/813-oeco_10212

Empalhar era conservar PDF Imprimir E-mail
Lisbeth Oliveira

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